LIneA assina acordo com o revolucionário projeto LSST

14 de dezembro de 2015 | LIneA

O Large Synoptic Survey Telescope (LSST) é um telescópio sendo construído em Cerro Pachón situado nos Andes chilenos. Previsto para entrar em operação no início da próxima década, o LSST irá mapear em seis bandas, quase a metade do céu por um período de 10 anos. O telescópio com um diâmetro de 8,4 metros tem um campo de visada de quase 10 graus quadrados podendo mapear toda região do céu ao qual ele tem acesso, em apenas algumas noites (ver Figura 1). Sua câmera consiste de um mosaico de CCDs com 3.2 bilhões de pixels e, cada exposição cobre uma área correspondente a 40 vezes o tamanho da Lua cheia. A cada noite serão acumulados ~15 TB de dados que devem ser transmitidos para diferentes centros para redução e análise. O sistema será o mais poderoso coletor de luz no óptico e a velocidade das observações fornecerá aos astrônomos pela primeira vez uma visão dinâmica do Universo onde variações de posição ou de fluxo serão registradas numa cadência de algumas noites.

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Figura 1 – Concepção artística da cúpula e instalação do telescópio LSST vista à noite. Crédito: Large Synoptic Survey Telescope.

Estima-se que o LSST gerará da ordem de 10 milhões de alertas sobre a variação de posição ou brilho de corpos celestes a cada noite que devem ser classificados e os casos mais interessantes ser observados em outros telescópios. Ao término de 10 anos o levantamento obterá informações para 37 bilhões de estrelas e galáxias explorando um volume de espaço sem precedentes e gerando da ordem de 100 PB de produtos. Este projeto representa um grande desafio de gerenciamento para a área de TI que deverá lidar com a transferência, processamento, armazenamento, análise e exploração científica da grande quantidade de dados. Este é um problema de “Big Data” que começa a ser enfrentado de uma forma sistemática pelo projeto procurando novas soluções para as áreas de rede, processamento de alto desempenho e de desenho de banco de dados.

Com os dados acumulados cientistas irão explorar o sistema solar, descobrir novos fenômenos, estudar a estrutura da Via Láctea, a formação e evolução de estruturas no Universo em função do tempo cósmico e determinar as propriedades da matéria e energia escura que permeiam o Universo. Esta última é responsável pela expansão acelerada do Universo, cujo fenômeno foi confirmado independentemente em 1998 por duas equipes, as quais receberam o premio Nobel de Física de 2011.

Tendo em vista a grande variedade de ciência que pode ser extraída dos dados com o LSST e o possível grande impacto no estudo da matéria e energia escura, o projeto LSST é considerado prioritário, e já se encontra em construção com o apoio financeiro do Departamento de Energia do governo americano e do National Science Foundation. O apoio científico vem das comunidades de Astronomia e da Física de Altas Energias americana como manifestado nos respectivos planejamentos estratégicos New Worlds, New Horizons e Building for Discovery.

Tendo em vista a importância do LSST para o futuro da Astronomia tanto o LIneA como o Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) tem explorado ao longo dos últimos anos formas de integrar a comunidade brasileira neste projeto. Recentemente isto foi possível aproveitando a oportunidade criada por uma colaboração na área de redes entre as organizações Rede Nacional de de Ensino e Pesquisa (RNP), Academic Network at Sao Paulo (ANSP), Americas Pathway (AMPATH) que permitiu a elaboração de um memorando de entendimento pelo qual 10 pesquisadores seniores, cada qual podendo indicar 4 pesquisadores juniores, podem entrar imediatamente no projeto. Este acordo foi recentemente assinado tendo como signatários o LIneA, LNA, RNP, ANSP, AMPATH, mais o The Large Synoptic Survey Telescope Corporation (LSSTC) e The Large Synoptic Survey Telescope Office (LSSTPO).

 

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