Levantamento da Energia Escura completou 3 anos de observações

02 de junho de 2016 | LIneA

Em Fevereiro o Dark Energy Survey (DES) completou 3 anos de observações, fechando completamente o “tanque de guerra” desenhado por sua área coberta no céu.

Nos próximos dois anos de observação, a área que compõe o tanque será observada mais de uma vez a fim de se permitir fazer a soma (também chamada de co-adição) de várias imagens de uma mesma região. Ao se somar imagens de uma mesma região do céu, aumentamos o sinal naquele lugar, nos permitindo ver objetos mais fracos ou distantes e medir com mais precisão o seu brilho (Figura 1).

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Figura 1 – Animação que mostra a diferença entre uma única imagem do DES e uma imagem co-adicionada, onde se pode ver objetos mais fracos.

O “canhão” do tanque é uma região conhecida como Stripe 82 (S82, em português Faixa 82) e, por estar na região do Equador Celeste, pode ser alcançada por levantamentos fotométricos em ambos os hemisférios. Essa região foi observada exaustivamente pelo levantamento SDSS a fim de melhorar sua calibração fotométrica.

A calibração fotométrica é o que permite que diferentes telescópios, com diferentes sistema ópticos, tais como espelhos, filtros, e câmeras falem a mesma língua, ou seja, meçam brilhos e respectivas magnitudes em um mesmo sistema, de forma a poderem ser comparados.

O bojo do tanque tem boa parte de sua área em comum com o levantamento South Pole Telescope (Telescópio do Polo Sul), que observa aglomerados de galáxias através de alterações no sinal da radiação cósmica de fundo (um efeito conhecido como Sunyaev–Zel’dovich).

Em uma notícia anterior mostramos a cobertura da DECam de 2012 a 2015, incluindo as observações feitas de outras regiões pela comunidade astronômica. Na Figura 2 mostramos a cobertura da DECam apenas para observações do DES no período de 2013, quando o DES começou oficialmente, até fevereiro de 2016.

Em 2016 o DES fará o lançamento de dados co-adicionados dos três primeiros anos. O LIneA participa desse processo desenvolvendo uma interface de acesso a dados (Data Release Interface, DRI) que permite concatenar diferentes medidas de forma eficiente em um banco de dados e conectar essa medidas às imagens do DES.

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Figura 2 – Animação da cobertura da região observada pelo DES nos período de setembro de 2013 a fevereiro de 2016.

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