IAU Symposium 334: unindo pesquisadores de quase todo mundo em torno da Via Láctea

14 de novembro de 2017 | LIneA

Sabemos que o Universo está em acelerada expansão e que, para muito além do nosso planeta, há bilhões de outras galáxias. Contudo, o que sabemos sobre a Via Láctea? Como ela surgiu e como evoluiu até os dias de hoje? Para debater esses assuntos e apresentar pesquisas que podem desvendar a formação, história e evolução da nossa galáxia, foi realizado o IAU Symposium 334. Ou seja o Simpósio número 334 da International Astronomical Union (IAU) (em português, União Astronômica Internacional), de 10 a 14 de julho de 2017, em Telegrafenberg, onde se localiza o Parque de Ciencias Albert Einstein, um conglomerado de grandes instituições científicas, na cidade de Potsdam, na Alemanha. Entre essas instituições está a Leibniz Institute for Astrophysics Potsdam (AIP), que organizou e sediou o simpósio.

Na ocasião, mais de 200 pesquisadores de quase todo o mundo apresentaram trabalhos e debateram assuntos sobre a arqueologia galáctica, que abordavam desde a composição química das estrelas da Via Láctea, até a sua idade e a forma como se movimentam, trazendo o que há de mais novo e complexo a respeito dessas questões. Para Cristina Chiappini, pesquisadora do AIP afiliada ao LIneA e presidente do comitê de organização científica do evento, é muito importante que se realizem pesquisas sobre a galáxia em que vivemos. “Na última década, saímos da vizinhança solar com várias pesquisas e novos métodos de observação, começando a desvendar as regiões internas e ultra periféricas da Via Láctea. Agora, estamos em um ponto crucial em nossa compreensão da nossa galáxia, e nosso conhecimento acerca dela está crescendo rapidamente. Precisamos estar preparados para a grande quantidade de dados que irão chegar no próximo ano com o segundo lote de dados do satélite Gaia e discutir como estabelecer modelos avançados de formação e evolução da Via Láctea”, diz Cristina.

O simpósio foi organizado em nove sessões, divididas entre tópicos distintos, variando desde os registros fósseis traçados pelas estrelas mais antigas até a abordagem de outros registros provenientes de outras galáxias. Houve também tópicos que incluíam o estudo de modelos estelares e como estrelas de diferente massas vêm contribuindo para o enriquecimento químico de nossa galáxia ao longo de mais de 12 bilhões de anos de evolução.

Durante o evento, um dia foi reservado especialmente para as crianças. Alunos da escola primária bilíngue (alemão-português) Grundschule Neues Tor, de Berlim, passaram o dia no simpósio, interagindo com os cientistas e aprendendo sobre arqueologia galáctica. “O português é uma língua que liga continentes, por isso, acredito, que dessa forma essa escola bilíngue representava bem o espírito internacional do IAU symposium”, diz Cristina Chiappini, que convidou as crianças para o evento.

Cientistas se reúnem durante IAU Symposium: evento foi realizado no topo de Telegrafenberg, onde se localiza o “Science Park Albert Einstein“, um conglomerado de grandes instituições científicas, na cidade de Potsdam, na Alemanha. Crédito das imagens: Divulgação/ IAU.

As crianças e os cientistas se reúnem em torno do histórico gigante telescópio refrator: passado, presente e futuro reunidos em prol da ciência.

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