MaNGA é só uma fruta?

09 de abril de 2015 | LIneA

A primeira coisa que vem à cabeça quando pensamos em MaNGA, é que se trata de uma suculenta fruta. Porém, neste caso, é a sigla de um grande levantamento astronômico. O Mapping Nearby Galaxies at Apache Point Observatory (MaNGA), que é parte do Sloan Digital Sky Survey (SDSS-IV), iniciou suas operações em Julho de 2014 e tem duração prevista de 6 anos. O objetivo do projeto é o de mapear detalhadamente as propriedades físicas e químicas, e os movimentos do gás e das estrelas de 10 mil galáxias situadas nas nossas redondezas. Estas observações permitirão entender o ciclo de evolução destas galáxias a partir de pistas deixadas por elas desde o seu nascimento até o presente.

O instrumento utilizado para fazer as medidas é chamado de unidade de campo integral (IFU), formado por feixes que passam por um grande número (entre 19 e 127) de fibras ópticas. Cada uma destas fibras, que estão presas a uma placa, irá coletar a luz de uma parte diferente da galáxia, como pode ser visto na imagem abaixo.


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Crédito: Dana Berry / SkyWorks Digital Inc., David Law e the SDSS collaboration.

Para a luz coletada por cada uma destas fibras se determinará as propriedades do gás e das estrelas, sendo assim possível mapear detalhadamente ao longo de cada galáxia quantidades como a quantidade e a velocidade do gás, e as idades e velocidades das estrelas que as compõem. Abaixo mostramos um exemplo dos resultados obtidos durante os primeiros testes realizados em Janeiro de 2013 com um dos conjuntos de fibras que operam no levantamento. A imagem da esquerda é a galáxia UGC 5124 vista no óptico. Da esquerda para a direita vemos então, em sequência, mapas do brilho emitido pelo componente gasoso, da velocidade deste material, da idade típica das estrelas e, por último, da velocidade típica das mesmas.


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Crédito: Sebastian Sanchez.

Atualmente já estão disponíveis para os participantes do consórcio os dados obtidos para algumas poucas galáxias, os quais vêm sendo analisados pelos pesquisadores do SDSS-IV. Um grupo de cientistas brasileiros faz parte deste projeto. Os astrônomos brasileiros são apoiados pelo Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA), que tem como missão dar suporte a participantes de grandes levantamentos como o SDSS-IV/MaNGA.

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