Construção da câmera do Large Synoptic Survey Telescope é aprovada

13 de agosto de 2015 | LIneA

Quando a expansão acelerada do universo foi descoberta em 1998, muitas perguntas surgiram a respeito do que mais tarde seria chamado de Energia Escura. De modo a atacar esse problema de uma forma organizada, cientistas se juntaram em uma Força Tarefa da Energia Escura, ou no inglês Dark Energy Task Force (DETF). Como diz o ditado: “Roma não foi construída em um dia” e portanto, essa força tarefa desenvolveu um plano com quatro fases, onde a cada uma delas se constroi um experimento cada vez maior.

Com o início da operação da DECam em 2013 do Dark Energy Survey (DES) entramos na fase 3 desse plano. O DES, cujo planejamento começou quase uma década antes, utiliza um telescópio de 4 metros e uma câmera de 570 Megapixels está mapeando cerca de 1/4 do céu do hemisfério sul.

A próxima fase do plano começa por volta de 2020 quando o Large Synoptic Survey Telescope (LSST), um telescópio de 8 metros mais uma câmera de 3200 Megapixels (uau!), começa a mapear todo o céu do hemisfério sul a cada três noites. Para um projeto dessa envergadura começar em 2020, construindo telescópio, câmera, e sistemas a partir do zero, muita experiência e planejamento são requeridos. Dentro do grande plano de se entender a Energia Escura, o DES é considerado um precursor do LSST e muitas lições podem ser aprendidas a partir dele. Tanto que pesquisadores do DES e LSST se encontraram para trocar figurinhas em Março de 2014 num encontro onde integrantes do LIneA também participaram apresentando o Portal Científico do DES.

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Figura 1 – Desenho esquemático mostrando a câmera planejada para o levantamento LSST.

O projeto LSST obteve mais uma grande conquista agora em Agosto de 2015. Depois de passar por um ciclo de quatro “provas de fogo” que começou em 2012, a construção de sua câmera de 3200 Megapixels (ver Figura 1) foi aprovada por um comitê de especialistas. Esse comitê reconheceu a grande experiência e capacidade do time do LSST, em particular em entregar tarefas dentro do cronograma, gerenciar riscos, tudo isso mantendo o projeto dentro dos custos. Esse ciclo de quatro “provas de fogo”, pelo qual o Dark Energy Survey também passou anos atrás, envolve identificar se:

  1. É realmente necessário construir uma nova câmera?
  2. Se necessária, dentre as alternativas, qual apresenta o melhor projeto possível de câmera?
  3. É feito um detalhamento do projeto escolhido em termos de custo, cronograma, performance, e escopo. O planejamento resultante desses fatores precisa ser aprovado.
  4. Quando o projeto está pronto para a implementação, é novamente revisado antes de se alocar o total de recursos do projeto.

O time do LSST está de parabéns por passar por esses processos de revisão, o qual é um belo exemplo da forma de se aplicar, de forma correta, recursos para a pesquisa científica.

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