LIneA dá suporte à operação do APOGEE 2 no Observatório de Las Campanas, Chile

06 de junho de 2016 | LIneA

Durante o levantamento SDSS-III, o Apache Point Observatory Galactic Evolution Experiment (APOGEE) usou espectroscopia multi-fibra no infra-vermelho de alta qualidade para penetrar a cortina de poeira interestelar que cobre boa parte do disco e bojo da Via Láctea. Foi o primeiro instrumento desse tipo.

Durante sua operação no Observatório de Apache Point (APO), no Novo México, EUA, esse espectrógrafo observou cerca de 100 mil estrelas gigantes vermelhas, explorando regiões da nossa galáxia nunca antes alcançadas de forma tão detalhada.

Esses espectros nos permitem medir velocidades radiais precisas (como as estrelas se afastam ou se aproximam de nós, via o efeito Doppler) e abundância de vários elementos químicos. Dessa maneira, o APOGEE consegue estudar a estrutura, a dinâmica e a história de enriquecimento químico da Via Láctea.

O sucesso desse levantamento no hemisfério norte foi tão grande durante o SDSS-III que, para o SDSS-IV, o grupo responsável por ele resolveu construir um espectrógrafo “gêmeo” e o instalar em um telescópio no sul. As vantagens são várias. Com o projeto pronto do espectrógrafo, e provado o seu êxito no norte, é mais fácil e barato construir um instrumento novo no sul. Além disso, observar regiões do céu no sul não só permite enxergar toda a Via-Láctea, mas em nosso hemisfério temos um ponto de vista privilegiado do centro da nossa galáxia e das Nuvens de Magalhães (Figura 1). No final das contas o sítio escolhido foi o Observatório de Las Campanas, Chile, no telescópio du Pont de 2,5 metros de diâmetro.

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Figura 1 – Distribuição das observações do APOGEE-2 sobre imagem da Via Láctea. Os pontos em amarelo indicam as observações no sul, por exemplo sobre o centro da galáxia e as Nuvens de Magalhães.

A partir do trabalho do Grupo de Participação Brasileira (BPG) no SDSS-III, o LIneA renovou seu acordo de forma a garantir a participação de pesquisadores brasileiros nesta nova fase do levantamento SDSS. Na sua maior parte, os membros do BPG são afiliados às universidades brasileiras como USP, UFRGS, e UFSM.

Esta participação é garantida com uma contribuição financeira e pelo compromisso do LIneA de continuar mantendo e aprimorando o sistema de distribuição de dados e de ser responsável pela instalação e manutenção dos sistemas de computação do projeto APOGEE-South no Las Campanas Observatory.

Em Abril de 2016, Carlos Adean e Mauro Machado, dois tecnologistas associados ao LIneA, foram ao Chile instalar as máquinas do APOGEE-2 em Las Campanas (Figura 2). Em poucos dias instalaram 2 servidores com 14 núcleos, 64GB RAM de memória, e 20 TB de armazenamento, operando com 6 máquinas virtuais. Este equipamento faz parte do conjunto que fará a aquisição de dados do espectrógrafo APOGEE-2. Além da instalação, o LIneA também mantém um sistema de monitoramento contínuo desses servidores com suporte remoto.

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Figura 2 – Carlos Adean e Mauro Machado no Observatório de Las Campanas no processo de instalação de computação para o espectrógrafo APOGEE-2.

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