O décimo terceiro lançamento de dados do SDSS

02 de agosto de 2016 | LIneA

Esta notícia é uma versão da originalmente escrita em inglês por Anne-Marie Weijmans para o blog do SDSS.

Esse final de semana, o Sloan Digital Sky Survey (SDSS) celebra seu décimo terceiro lançamento de dados ao público, ou um sortudo DR13!

Os Lançamentos de Dados são uma parte importante do SDSS. Todos os dados que são observados pelo telescópio Sloan, para os vários levantamentos que são parte do SDSS, são reduzidos e processados, e em algum momento são disponibilizados para o público. Isso significa que qualquer pessoa com acesso à internet pode baixar esses dados, usar para sua pesquisa ou ensino, ou simplesmente olhar as imagens e espectros disponíveis. Basta ir à página do SDSS e começar a explorar!

Bom, mas o que é que o DR13 tem? Além dos dados de todos os lançamentos anteriores, um montão de novidades foram incluídas:

  • DR13 é o primeiro a conter dados do levantamento MaNGA! MaNGA significa Mapeamento de Galáxias Próximas no Observatório de Apache Point (em inglês, Mapping Nearby Galaxies at Apache Point Observatory), e estuda galáxias usando espectroscopia de campo integral. Isso nos permite estudar os elementos químicos e o movimento das estrelas e do gás não apenas no centro de galáxias, mas também em sua periferia. MaNGA está liberando seus espectros em cubos de dados para 1.351 galáxias, fazendo dele o maior levantamento disponível online de galáxias observadas com campo integral até hoje.
  • APOGEE, ou o Experimento de Evolução da Galáxia no APO (em inglês, APO Galaxy Evolution Experiment) está observando espectros no infravermelho para centenas de milhares de estrelas na Via-Láctea. Nesse lançamento de dados eles melhoraram a análise de todos os espectros liberados anteriormente, medindo a abundância de vários elementos químicos nas estrelas. Isso vai nos ajudar a entender como a Via-Láctea se formou e evoluiu ao longo do tempo.
  • eBOSS, abreviação de extended Baryon Oscillation Spectroscopic Survey, está mapeando a estrutura do Universo, observando espectros de mais de um milhão de galáxias e quasares. Seu objetivo é medir a taxa de expansão do Universo, e a natureza da misteriosa Energia Escura que acelera essa expansão. eBOSS está disponibilizando análises melhoradas de espectros liberados anteriormente, além de vários catálogos com informação sobre galáxias com linhas de emissão e variabilidade de quasares.

Você quer dar uma olhada em todo esse conjunto de dados? Por onde começar:

  • O SkyServer do SDSS tem várias ferramentas para explorar os dados. Você pode, por exemplo:
    • encontrar estrelas e galáxias usando o Navigate
    • olhar imagens e espectros com o QuickLook
    • procurar por uma amostra de galáxias ou estrelas em particular usando SQL
  • Se você está interessado em analisar os dados você mesmo, você pode encontrar mais informações de como baixar os dados na página SDSS data access
  • Se você for um professor e está interessado em atividades que possam ajudar seus estudantes a explorar o Universo, dê uma olhada em nossa página educativa, com vários recursos para a sala de aula.

O LIneA mantem uma cópia do SkyServer no Brasil a fim de servir a comunidade local. A transferência de dados do DR13 dos EUA para o Brasil bateu um recorde, chegando a 2,2 Gigabits por segundo.

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Figura 1 – Concluir um lançamento de dados requer um grande time de pessoas: da coleta de dados nos telescópios, ao seu processamento, análise, e documentação. A página do DR13 do SDSS, que descreve todos os distintos conjuntos de dados agora disponíveis no DR13, foi quase toda escrita por um dedicado grupo de cientistas do SDSS numa reunião batizada de DocuFeest (Feest é festa em holandês, origem de uma das organizadoras do evento de documentação). Crédito da imagem: Jennifer Johnson.
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Figura 2 – Todos os dados estão armazenados em servidores no Center for High Performance Computing (CHPC), na University of Utah. Esses servidores em particular contem todos os lançamentos de dados do SDSS, incluindo o DR13. O volume total de dados é de cerca de 267 Terabytes (TB = 1000 Gigabyte = 1012 bytes): isso é mais que 58.000 DVDs cheios de dados! Crédito da imagem: Adam Bolton.
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Figura 3 – As 17 primeiríssimas galáxias observadas pelo MaNGA, são um verdadeiro gol de placa! Essas galáxias foram todas incluídas no DR13. Algumas galáxias foram deslocadas do centro do IFU para incluir estrelas, a fim de testar a precisão de nossas medidas (isso foi feito apenas para essa placa inaugural de comissionamento do instrumento). Crédito da imagem: Kevin Bundy.

 

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