Levantamentos astronômicos que demandam períodos longos de observação (vários anos) sofrem com a dificuldade de obter dados com qualidade homogênea em grandes áreas do céu. Às vezes podemos até ser impedidos de coletar dados por algum período. O Dark Energy Survey, que inicia em breve sua quinta temporada de observações não está livre deste problema. Diversas causas podem afetar a continuidade das observações. Entre elas podemos mencionar condições atmosféricas adversas (El Niño, La Niña, tempestades de neve, céu encoberto) ou até mesmo problemas instrumentais.
O telescópio Blanco de 4 m do Cerro Tololo Inter-American Observatory tem nos últimos 4 anos observado a mesma região do céu em que é feito o levantamento DES. Isto permite combinar imagens reduzindo o ruído do céu e assim, detectar objetos mais fracos. Como o cronograma das observações é bastante apertado, no caso de algum impedimento de se observar alguma região, ficamos com um “buraco no céu”. Felizmente o levantamento DES tem um software sofisticado para “agendar” a região a ser observada em uma dada noite, o que ajuda a tarefa de “recapeamento” destes buracos.
Um exemplo de “buraco” no céu pode ser visto na Figura 1, que nos apresenta imagens de uma mesma região do céu resultante da combinação de imagens obtidas ao longo de várias épocas.
O LIneA e o INCT do e-Universo apoiam participantes brasileiros do levantamento DES. Além disso, um time de tecnologistas desenvolve aplicativos para auxiliar na análise científica. Uma destas ferramentas, é a que estamos usando para mostrar observações combinadas referentes a duas épocas que dados foram liberados para participantes da colaboração DES.
